Imagine um estádio lotado, torcedores vibrando a cada lance, e, nos bastidores, um mercado em plena transformação. A regulamentação das apostas esportivas passa a valer de vez no Brasil em 2025, prometendo dar ainda mais protagonismo para as bets no país.
Com a regulamentação oficial, clubes de futebol, empresas e apostadores se veem diante de novas oportunidades e desafios. Antes da temporada começar, exploramos como as recentes mudanças nas apostas esportivas estão impactando o futebol brasileiro.
Contexto histórico e regulamentação das apostas esportivas
As apostas esportivas de quota fixa foram legalizadas no Brasil em 2018 pela Lei nº 13.756/2018, que estabeleceu a necessidade de regulamentação da atividade. No entanto, a discussão ficou parada no Congresso Nacional, criando um mercado legal, mas sem regras.
A regulamentação específica para o setor foi estabelecida apenas com a sanção da Lei nº 14.790/2023 em dezembro de 2023. Essa legislação define regras claras para a operação das apostas esportivas no país, incluindo:
- Licenciamento obrigatório: Empresas que desejam operar no Brasil devem obter uma licença, mediante o pagamento de uma taxa inicial de R$ 30 milhões.
- Tributação: As operadoras são submetidas a uma alíquota de 12% sobre a receita bruta, enquanto os apostadores devem pagar 15% sobre os ganhos obtidos.
- Medidas de proteção ao consumidor: Regras para garantir a transparência nas operações, proteção aos apostadores e prevenção ao jogo patológico.
- Regras de publicidade: Normas para a veiculação de anúncios relacionados às apostas sem induzir ao jogo excessivo, além da proibição para menores de 18 anos.
Essas regulamentações estão em vigor desde 1º de janeiro, marcando o início de uma nova era para o mercado de apostas esportivas no Brasil. O impacto já pode ser visto em uma das competições de futebol mais tradicionais do início de ano.
Com a regulamentação das apostas esportivas, o governo brasileiro implementou medidas para proteger a integridade de competições envolvendo atletas jovens. Uma dessas ações foi a proibição de apostas e publicidade do ramo em jogos da Copinha. Essa decisão visa evitar a exposição de jovens atletas aos riscos associados às apostas e preservar a ética esportiva.
Impacto nos clubes de futebol
Inicialmente, havia receios de que a regulamentação das apostas esportivas pudesse reduzir os valores de patrocínio no futebol brasileiro. No entanto, contratos recentes demonstram o contrário.
A Sportingbet no Palmeiras, por exemplo, representa um aumento em relação ao recebido pelo alviverde no período Crefisa. No total, o Verdão terá um valor fixo de R$ 100 milhões por temporada, podendo chegar a R$ 170 milhões anuais com bônus, totalizando até R$ 510 milhões no período.
Da mesma forma, o Atlético-MG anunciou que a casa de apostas H2Bet é o novo patrocinador máster, que renderá ao clube R$ 60 milhões por ano.
Esses acordos não apenas superam valores anteriores, mas também indicam uma valorização das propriedades de marketing dos clubes, impulsionada pela regulamentação das apostas esportivas.
Além disso, refletem a confiança das empresas no potencial do mercado brasileiro e no retorno sobre o investimento em parcerias com clubes de grande expressão nacional.
Desafios da regulamentação das apostas esportivas
A regulamentação das apostas esportivas no Brasil representa um marco significativo para o futebol nacional. Com diretrizes claras e a entrada de novos patrocinadores, espera-se que o setor se desenvolva de forma sustentável, equilibrando oportunidades econômicas com a integridade esportiva.
Embora a regulamentação das apostas esportivas traga benefícios econômicos e novas oportunidades, também levanta preocupações sobre o aumento do vício em jogos de azar e a manipulação de resultados. É fundamental que o governo e as entidades esportivas implementem medidas eficazes de monitoramento e educação para mitigar esses riscos.