
Abel Ferreira desabafa sobre calendário, gramado do Maracanã e críticas a Vitor Roque após vitória do Palmeiras sobre o Fluminense pelo certame nacional.
Após a vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense no Maracanã, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Abel Ferreira foi direto, contundente e emocional em sua análise pós-jogo.
Além de reconhecer a importância do resultado, o comandante do Palmeiras aproveitou a entrevista para abrir o jogo sobre temas que o incomodam profundamente: o calendário do futebol brasileiro, as condições do gramado e as críticas desmedidas a jovens atletas como Vitor Roque.
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Abel Ferreira desabafa sobre calendário, gramado do Maracanã e críticas a Vitor Roque após vitória do Palmeiras
Em um dos trechos mais marcantes da coletiva, Abel questionou o modelo de competição e o desgaste físico dos jogadores. “Na Copa do Mundo, os times tinham três dias para descansar. Aqui não tem. É outra vergonha que ninguém fala”, disparou o técnico. Emendando, o português justificou o desempenho dos brasileiros nos últimos torneios internacionais: “Por que os brasileiros tiveram bom desempenho na Copa? Porque tinham tempo para recuperar e gramados bons.”
Mesmo com os três pontos conquistados fora de casa, o treinador mostrou insatisfação com as condições do campo do Maracanã, tradicionalmente considerado um dos mais emblemáticos palcos do futebol brasileiro. “Hoje foi a primeira vez que joguei no Maracanã com o gramado meia boca, nem bom”, afirmou, expressando surpresa e decepção com o que encontrou na partida contra o Tricolor carioca.
Sobre o desempenho da equipe, Abel destacou que o Palmeiras ainda tem muito a evoluir. “Agora é continuar com os pés no chão, muita coisa que temos que melhorar. Continuar nesse caminho de melhora para ganhar. Aqui só conta ganhar, o resto ninguém quer saber de mais nada”, disse, em tom realista. A frase carrega um desabafo recorrente do treinador, que constantemente pede equilíbrio entre performance, resultado e construção de trabalho.

Outro momento de grande impacto veio quando Abel foi perguntado sobre Vitor Roque, autor de um dos gols da vitória contra o Fluminense. O atacante havia passado por um período sem marcar e vinha recebendo duras críticas nas redes sociais e por parte da imprensa. O treinador saiu em defesa do jovem jogador e condenou a hostilidade que atinge atletas tão cedo na carreira.
“Para ser jogador nesse país e para aguentar críticas selvagens que fazem a jogadores com 20 anos, independentemente se ganham muito ou pouco. A forma como criticam… Chamam de bagre, ódio. Deixa marcas emocionais”, comentou Abel, visivelmente incomodado com o tom das críticas. Para ele, é preciso separar o desempenho esportivo de ataques pessoais: “Ele já mostrou do que é capaz. O problema são as ofensas e quando passam do limite. E como aqui é 8 ou 80, agora ele é o Pelé. Não é. É o mesmo Roque.”
A vitória no Maracanã manteve o Palmeiras firme na briga pelas primeiras posições do Brasileirão. Com dois jogos a menos em relação ao líder Cruzeiro, o Verdão soma 29 pontos e segue vivo na disputa pelo título. Apesar da satisfação com o resultado, a coletiva de Abel Ferreira foi marcada por sinceridade e um pedido por mais responsabilidade — seja na organização do futebol brasileiro, seja na forma como os profissionais são tratados.
Com o campeonato entrando em sua reta decisiva, Abel mantém sua postura crítica, combativa e protetora. E ao mesmo tempo que cobra melhorias no sistema, reafirma seu compromisso com o grupo, valorizando a união e o trabalho como caminho para seguir no topo. No Palmeiras, os desafios não param — mas o discurso segue firme, como a pegada de quem acredita no que constrói.
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